A pesquisa, concluída no início de 2025, identificou que o alinhamento entre bases de dados, publicações técnico-científicas, relatórios governamentais e inteligência de mercado é crucial para conectar empreendedores, pesquisadores e gestores públicos. Essas conexões são essenciais para decisões mais assertivas no campo da inovação tecnológica. O estudo também destacou iniciativas locais bem-sucedidas, como o Centro de Inovação do Jaraguá, e programas como o OxeTech e o Tecnova Alagoas, que são referências na utilização efetiva dessas informações.
Embora o ecossistema de inovação de Alagoas seja ativo, o estudo aponta dificuldades na aquisição e no uso estratégico das fontes de informação. Problemas como excesso de dados sem curadoria, infraestrutura tecnológica insuficiente e a necessidade de capacitação dos usuários são barreiras que impedem um melhor aproveitamento das informações disponíveis. Em resposta a esses desafios, o coordenador Ronaldo Araújo sugere um esforço colaborativo entre governo, academia e setor privado. Ele ressalta a importância de investimentos em infraestrutura tecnológica, cursos de capacitação e projetos de pesquisa aplicada como meios para fortalecer o ecossistema de inovação.
Outro ponto abordado pela pesquisa é a eficácia das políticas públicas quando há um melhor uso das fontes de informação. A Lei Estadual nº 8.956/2023, que estabelece diretrizes para Ciência, Tecnologia e Inovação, é vista como um avanço, mas sua efetividade depende de um maior alinhamento entre os setores público e privado. Além disso, desafios estruturais ainda persistem, dificultando a criação de um ambiente coeso para o desenvolvimento tecnológico.
Para Zayr Silva, a governança eficaz da informação é um elemento chave para otimizar processos e alinhar interesses, tornando o ecossistema de inovação mais dinâmico e inclusivo. A pesquisa dele conclui que a gestão ética e estratégica das informações, através de redes de conhecimento e parcerias acadêmicas, é essencial para alavancar a inovação no estado.
A Fapeal tem sido um pilar fundamental neste cenário, oferecendo não apenas financiamento, mas também promovendo espaços de intercâmbio de conhecimentos entre pesquisadores e avaliadores, e incentivando a divulgação científica. Ao longo dos dois anos do projeto, a Fundação realizou seminários para acompanhar e avaliar os avanços da pesquisa, além de ter contribuído para a expressiva produção acadêmica resultante.
Ainda no contexto de apoio à pesquisa, o projeto de Silva foi beneficiado pelo Programa Nacional de Pós-Doutorado Júnior do CNPq, ressaltando a importância do financiamento público para o sucesso e a sustentabilidade de investigações científicas em Alagoas. Este suporte, segundo Silva, foi crucial para a aquisição de recursos essenciais, como livros, softwares especializados e transcrição de entrevistas, tornando possível o desenvolvimento integral da pesquisa.
