Ao realizar o exame cadavérico, o perito Lucas Emanuel detectou múltiplas lesões externas em diferentes partes do corpo da vítima, cada uma em estágios de evolução diversos. Entre os ferimentos mais recentes, destacou-se uma extensa equimose no olho direito, resultado provável de um impacto com objeto contundente.
Lesões antigas, localizadas no abdome e na coxa esquerda, sugerem um histórico de agressões repetidas. Além disso, foram encontrados sinais de traumatismo craniano, que, apesar de não serem imediatamente letais, podem ter contribuído significativamente para a morte de Cláudia.
Lucas Emanuel, em sua explanação técnica, comentou sobre a presença de petéquias nas mucosas traqueal, pulmonares e cardíacas. Essas manchas, combinadas com a congestão pulmonar, são fortemente indicativas de asfixia e hipóxia, levando à insuficiência respiratória, considerada o mecanismo terminal da morte.
Durante a necropsia, foram coletadas amostras de sangue, humor vítreo e conteúdo estomacal para análise toxicológica. O Instituto de Criminalística confirmou a presença de múltiplos medicamentos, incluindo antidepressivos, antiepilépticos, antipsicóticos, benzodiazepínicos e anti-histamínicos, muitos deles com efeitos sedativos consideráveis.
A conclusão do laudo pericial aponta que a morte foi causada por insuficiência respiratória aguda, com a contribuição de traumas cranianos e intoxicação medicamentosa, em um quadro envolvendo agressões repetidas. No entanto, o perito enfatiza que a definição exata da sequência de eventos dependerá das investigações em curso pelas autoridades competentes.