Maurício Bugarim, diretor-presidente da Imprensa Oficial, destacou que a doação cumpre dois papéis fundamentais: o de colaborar com ações e alternativas de recuperação para pessoas que em algum momento tiveram algum tipo de conflito com a lei e fomentar a democratização do acesso à leitura para diferentes públicos.
A iniciativa busca contribuir para a evolução intelectual e o aprimoramento do acesso à leitura dos reeducandos. Entre as obras doadas estão vários títulos de poesia, contos e romances, como “Educação e Trabalho”, de Mário César Jucá; “Passeando pelo pretérito”, de Jandira Torreiro de Carvalho; e “Poesia e Prosa de Paraty”, de Maria de Lourdes do Nascimento, entre outros.
O secretário de Ressocialização e Inclusão Social, Diogo Teixeira, ressaltou que os exemplares doados vêm para ampliar a opção de leitura dentro do sistema prisional, principalmente para o projeto Livros que Libertam. Segundo ele, a leitura transforma tanto o reeducando, que começa a enxergar um novo mundo, como a sociedade como um todo, que recebe cidadãos melhores.
A secretária executiva de Políticas e Ressocialização, Cláudia Simões, destacou que a doação ocorre num momento importante, pois o ato de ler contribui com a transformação da vida dos reeducandos. Ela também ressaltou que a parceria faz alcançar os números que almejam, já que o projeto conta com a adesão de 3.200 reeducandos, equivalente a aproximadamente 80% da população carcerária.
O projeto Livros que Libertam é uma parceria entre a Seris, o Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (TJ-AL) e com o apoio da Academia Alagoana de Letras (A.A.L). Nele, os presos podem ler até um livro por mês e reduzir a pena em quatro dias.
Essa doação de 2 mil livros é um passo adiante para a transformação do sistema prisional e para a ressocialização dos detentos. A doação teve como base a Resolução nº 391 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que garante a remição de pena por meio de práticas sociais e educativas em unidades de privação de liberdade. A meta é que até o ano que vem todas as unidades prisionais de Alagoas estejam incluídas no projeto.
Os livros doados faziam parte de uma antiga biblioteca, que contava com trabalhos produzidos pela Imprensa Oficial, assim como outros recebidos como doação por editoras do país. A Imprensa Oficial possui mais de 350 títulos em sua lista de publicações com selo próprio. Para esta doação, foram reunidos 1,6 mil títulos organizados e impressos pela Imprensa Oficial, inclusive sob os nomes de Companhia de Edição, Impressão e Publicação de Alagoas (Cepal) e Serviços Gráficos de Alagoas (Sergasa). Além desses, foram doados 400 títulos que carregam selos de outras editoras, totalizando 2 mil obras.