A identificação de novas espécies dentro do gênero Ameroglossum não é um fenômeno recente. Em 2016, uma nova espécie chamada Ameroglossum manoel-felixii foi descrita, homenageando o professor Manuel Félix da Universidade Federal da Paraíba. Quatro anos depois, o professor Leonardo Pessoa Félix e sua equipe anunciaram a descoberta de mais sete espécies. Esses achados reforçaram a importância de investigar a flora do Nordeste.
As recentes evidências sugerem a existência de novas espécies em Alagoas e têm causado agitação na comunidade científica. Pesquisadores estão revisando material do Herbário MAC e conduzindo expedições de campo para confirmar os indícios. As características botânicas, como a cor das flores e o formato das folhas, são os elementos principais na identificação dessas possíveis novas espécies.
A pesquisa, no entanto, enfrenta um desafio significativo: a ameaça de extinção das espécies de Ameroglossum. De acordo com o doutorando Joel Cordeiro, da UFPB, as mudanças climáticas, a herbivoria por caprinos e bovinos, juntamente com a exploração de afloramentos rochosos, são riscos sérios para essas plantas. “Novas espécies podem estar em risco de desaparecer antes mesmo de serem oficialmente descritas”, alerta Cordeiro.
Rosângela Lemos, gerente do Herbário MAC, ressalta o papel vital de uma coleção científica organizada para apoios a pesquisas. Segundo ela, o sucesso dessas descobertas científicas apenas reafirma o valor da boa administração do acervo.
Leonardo Félix expressou seu reconhecimento pelo suporte oferecido pelo Herbário MAC, destacando a qualidade da estrutura e organização do local. Combinando esforços de pesquisa com a infraestrutura do Herbário, as novas descobertas têm potencial para aprofundar ainda mais nosso entendimento sobre a flora nordestina e assegurar a preservação das espécies.
A pesquisa seguirá explorando as riquezas da biodiversidade alagoana, com o objetivo de proteger a integridade das espécies locais através do uso da ciência.