A presença do fonoaudiólogo é vital na redução dos riscos de desnutrição, desidratação e complicações pulmonares que podem surgir durante a recuperação do paciente. Eles avaliam e orientam quanto às melhores formas de alimentação, além de tratar questões de comunicação e deglutição. Conforme salientou Denisson de Melo, coordenador do serviço, esses profissionais realizam triagens para identificar pacientes que necessitam de cuidados específicos, participando ativamente de processos como a retirada de cânulas de traqueostomia em UTIs e estimulando a fala de pacientes em reabilitação na Unidade de AVC.
Um exemplo concreto do impacto desse serviço é o caso de Maria Marta Guilherme da Silva, uma marisqueira aposentada de 75 anos internada na UAVC do HGE após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico. Maria chegou ao hospital fora do “tempo de janela”, complicando seu processo de recuperação. A intervenção fonoaudiológica foi fundamental para definir o processo de alimentação mais seguro para ela, evitando a broncoaspiração e reduzindo o risco de infecções pulmonares.
A abordagem precoce dos fonoaudiólogos visa aumentar as chances de uma recuperação significativa ou completa dos pacientes, especialmente em casos de afasia e disfagia, sequelas comuns após um AVC. Contudo, Maria ainda está em recuperação, com resistência para se comunicar. A expectativa dos profissionais é de que ela tenha alta em breve e retorne ao convívio familiar na Massagueira, em Marechal Deodoro, a tempo de celebrar o Natal com seus nove filhos e netos. A família espera que este processo traga novos hábitos, como alimentação mais saudável e adesão a cuidados médicos regulares.