A decisão foi tomada após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica, seguindo rigorosos protocolos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina. Esse processo envolve avaliações clínicas seriadas por especialistas, além de testes específicos e exames complementares necessários para confirmar a ausência de atividade cerebral.
Com a autorização familiar, a Central de Transplantes de Alagoas iniciou o delicado processo de transplante. “Nosso papel é fornecer todo o apoio e esclarecimento necessário à família, respeitando completamente sua decisão”, destacou Daniela Ramos, coordenadora da Central. Este gesto altruísta foi uma transformação da dor em esperança para outras pessoas, ressaltou ela.
A operação, conduzida segundo as normas do Sistema Nacional de Transplantes, resultou na captação de córneas para dois receptores, rins para dois pacientes em diálise, e um fígado para um paciente com doença hepática grave. Os órgãos foram destinados de acordo com a lista única e os critérios de compatibilidade clínica.
Atualmente, Alagoas registra 649 pacientes na espera por transplantes, sendo a opção viável a captação de órgãos. O diretor-geral do HGE, Fernando Melro, destacou a importância das conversas sobre doação no ambiente doméstico, enfatizando que a decisão final cabe sempre à família do potencial doador.
Melro agradeceu tanto à família pela decisão corajosa quanto aos profissionais envolvidos na operação. Ele também mencionou a homenagem silenciosa prestada pelo corpo médico ao corredor do hospital, um exemplo de respeito e admiração pelo ato de solidariedade que transcende a perda.
