Amigos de longa data compareceram para prestar homenagens a Bomfim, reconhecido como um político experiente e respeitado. Thomaz Beltrão, ex-vereador e dirigente do PT em Alagoas, relembrou o primeiro encontro com o ex-deputado na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). “Estávamos na luta de resistência. Ele já era formado. Foi uma figura presente nos grandes momentos das lutas em Alagoas e no país. Quando mencionamos o nome de Eduardo, lembramos da campanha da anistia, ampla e geral. Ele presidiu a Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos e coordenou toda essa luta em torno da repatriação dos exilados pela ditadura militar”, recordou.
Eduardo Bomfim deu seus primeiros passos na política na década de 1980 e ocupou cargos de deputado estadual, federal e vereador por Maceió, sempre pelo PCdoB. Além disso, exerceu o papel de secretário de Cultura de Alagoas e secretário-executivo da Coordenação Política da Presidência da República.
Marcelo Bastos, analista político e professor, descreveu Bomfim como “um homem de bem e do bem”. Ele destacou o papel crucial que Bomfim desempenhou durante o período difícil da ditadura militar, liderando movimentos pelos direitos humanos, Diretas Já e anistia. “É uma perda muito grande que todo alagoano sentirá com a partida de Eduardo Bomfim. Um democrata que sempre esteve a serviço dos movimentos, dos mais necessitados, dos oprimidos”, enfatizou.
O jornalista Enio Lins, ex-vereador e ex-secretário de Comunicação, apontou o impacto de Bomfim na política alagoana ao longo das décadas de 70 a 2000. “Não apenas pelos cargos que ocupou, mas pelo papel que desempenhou no crescimento das esquerdas em Alagoas e nas articulações democráticas no nosso estado”, afirmou.
Francisco Sales, secretário Municipal de Trabalho, Emprego e Economia Solidária, ressaltou a liderança de Bomfim como exemplo político de honestidade e na defesa dos direitos humanos.
O ex-governador Teotonio Vilela Filho compartilhou suas memórias de amizade com Eduardo Bomfim, relembrando os tempos em que seu pai se envolvia nas lutas pela democracia. “Teotônio se reunia com jovens e um daqueles jovens ativos, inteligente, articulado chamava-se Eduardo Bomfim. Veio daí a minha amizade pelas mãos do velho menestrel das Alagoas. Um brasileiro democrata. Viva Bomfim”, declarou.
Luciano Siqueira, ex-deputado e ex-vice-prefeito de Recife (PE), ressaltou o legado deixado por Bomfim. “Uma perda muito grande do ponto de vista afetivo e do reconhecimento do trabalho do Bomfim, durante toda a juventude e até os dias atuais”, lamentou.
A passagem de Eduardo Bomfim deixa um vazio na política e na sociedade alagoana, mas seu legado de lutas democráticas e defesa dos direitos humanos continuará a inspirar as gerações futuras.