De acordo com o estudo, os óbitos na faixa etária de 10 a 19 anos diminuíram de 19 em 2021 para apenas três em 2023. Além disso, a letalidade policial no estado apresentou uma queda expressiva de 40% entre 2022 e 2023, passando de cinco para três mortes.
Alagoas também se destaca no cenário nacional por apresentar uma das menores taxas de letalidade policial. Em 2023, a taxa do estado foi de 0,6 por 100 mil habitantes, colocada como a terceira menor do país, acompanhada de Minas Gerais e Piauí, que registraram a mesma taxa. O Distrito Federal teve a menor taxa, com 0,3 por 100 mil habitantes, seguido de Roraima com 0,4.
Outro dado relevante do estudo é a proporção entre a letalidade policial e as demais mortes violentas. Neste indicador, Alagoas aparece favoravelmente, com o menor índice do país: 2,1%. Esse dado contrasta com o de Sergipe, que registrou a maior taxa, de 36,9%.
José Carlos André dos Santos, secretário Executivo de Gestão Interna da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) de Alagoas, destaca que o estado tem investido consideravelmente na redução de mortes violentas e na diminuição de intervenções policiais fatais. “Nossa atuação busca prender envolvidos em delitos e cessar crimes em andamento, preservando sempre a integridade física de todos os envolvidos, utilizando força letal apenas em casos extremos”, explica Santos.
Para alcançar essas metas, a SSP tem intensificado treinamentos em direitos humanos, controle emocional e técnicas de comunicação e negociação. Investimentos em equipamentos não letais e políticas de policiamento comunitário também são fundamentais. José Carlos Santos enfatiza ainda a importância de órgãos de correção com independência funcional e a minuciosa apuração de todos os fatos através de inquéritos policiais.
Além da redução nas mortes decorrentes de intervenção policial, o estado também conseguiu diminuir em 35,1% o número de mortes violentas intencionais de crianças e adolescentes entre 2021 e 2023, passando de 219 para 142 óbitos.
No cenário nacional, enquanto algumas regiões registraram avanços, o número total de mortes violentas intencionais de crianças e adolescentes no Brasil subiu 2,9% nos três anos analisados, totalizando 15.101 mortes. Samira Bueno, diretora executiva do FBSP, ressalta a importância de políticas públicas mais efetivas para combater crimes letais e a violência sexual, com destaque para a necessidade de protocolos mais claros sobre o uso da força pelas polícias, especialmente em relação aos jovens negros e pobres da periferia.