Avançando no tempo, Diegues voltou a unir literatura e cinema em 2018 com “O Grande Circo Místico”. Baseado no poema de Jorge de Lima, o filme explora a fascinante história de amor entre um aristocrata e um acrobata, desenrolando-se em uma sequência de eventos fantásticos e místicos, que culminam na fundação da dinastia do Grande Circo Knieps. O próprio Diegues admite que adaptar um poema pode ser um desafio mais simples do que transpor um romance extenso, dada a possibilidade de expandir os versos em uma narrativa cinematográfica completa.
Diegues compartilha uma opinião respeitosa em relação à dificuldade de adaptar grandes obras literárias, citando a complexidade de livros como os de Marcel Proust e James Joyce, que apresentam desafios enormes aos cineastas. A sinceridade e a autenticidade com que Diegues aborda suas adaptações ressaltam seu compromisso em capturar não apenas a essência narrativa, mas também o espírito original das obras. Essa dedicação tem cimentado seu papel como um tradutor entre a literatura e o cinema, trazendo ao público interpretações que respeitam a fonte original, ao mesmo tempo em que as revigoram com uma nova dinâmica visual.