ALAGOAS – Cacá Diegues: O Cineasta que Celebrou a Poesia e Herança Cultural de Alagoas em Sua Obra Cinematográfica e Literária

Nesta sexta-feira, dia 14 de fevereiro de 2025, o Brasil se despede de uma das mentes mais brilhantes do cinema nacional, Carlos José Fontes Diegues, amplamente conhecido como Cacá Diegues. Nascido em 19 de maio de 1940, em Maceió, Cacá era filho do renomado antropólogo Manuel Diegues Júnior, popularmente chamado Manelito, e de Zairinha. Ao longo das décadas de 1950 e 1960, Cacá emergiu como um dos jovens cineastas que deram início ao movimento inovador do Cinema Novo. Sua carreira é caracterizada pela talentosa transposição de obras literárias icônicas brasileiras para as telas.

Para além do cinema, Cacá Diegues destacou-se no cenário acadêmico e literário, conquistando a 7ª cadeira na Academia Brasileira de Letras em 2019. A Imprensa Oficial Graciliano Ramos teve o privilégio de contar com colaborações do próprio Diegues, tanto em trabalhos sobre ele quanto em textos por ele produzidos. Diegues sempre manteve uma profunda conexão com Alagoas, levando diversos de seus aspectos para suas criações artísticas. Em uma lembrança marcante, Diegues recordou sua primeira ida ao cinema no centro de Maceió.

Mesmo que tenha residido no Rio de Janeiro, sua casa virou um ponto de encontro alagoano no coração da capital carioca, reunindo pesquisadores, escritores e diversas personalidades. Em 2023, durante a 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, Cacá Diegues não só organizou e escreveu o prefácio do livro “Cogumelos”, do autor Breno Accioly, como também participou de debates a respeito de figuras literárias de Alagoas.

Uma dessas referências é Jorge de Lima, um dos escritores que Cacá Diegues inclui entre os quatro maiores poetas da língua portuguesa. A poesia de Lima, especialmente a coletânea “A Túnica Inconsútil”, que contém “O Grande Circo Místico”, inspirou Diegues em suas criações cinematográficas. Durante a Bienal, em um debate com Antônio Torres e Marco Lucchesi e mediado por Rostand Lanverly, presidente da Academia Alagoana de Letras, Diegues discutiu a importância de Jorge de Lima, ressaltando seu impacto não só na literatura nacional, mas também na percepção mundial. Em uma análise perspicaz, Diegues destacou a presença de influências literárias nas obras de Lima, comprovando seu acurado entendimento e apreço pela literatura alagoana e sua relevância cultural.

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