A estratégia principal envolve o letramento de gênero – um processo essencial que capacita os profissionais educativos a apoiar e acolher eficazmente possíveis vítimas de violência entre os estudantes. Com este projeto, as escolas são vislumbradas como um dos poucos refúgios onde os jovens podem relatar experiências traumáticas e buscar ajuda segura. Além disso, a iniciativa pretende ampliar a compreensão dos estudantes sobre seus direitos, desmantelando normas e preconceitos de gênero, e formando cidadãos que pratiquem relações saudáveis e igualitárias.
O projeto já deu seus primeiros passos com uma formação inicial realizada no Centro de Formação Professor Ib Gatto Falcão, em Maceió, na última semana. Este evento, um encontro inaugural que contou com a presença de líderes educacionais, foi marcado pela ênfase na importância da integração das questões de gênero no cotidiano escolar. Roseane Vasconcelos, secretária de Estado da Educação, reforçou o compromisso e a expectativa de que a formação se expanda para alcançar mais gestores escolares, aqueles que diariamente enfrentam desafios complexos em suas comunidades.
No cerne deste movimento está o lema “Escolas seguras, meninas livres para sonhar”, algo que reflete bem o objetivo de criar ambientes educacionais seguros e inspiradores para todas as alunas. Este projeto conta ainda com o apoio financeiro do Fundo Canadá para Iniciativas Locais (CFLI/FCIL), vital para a sua implementação e progresso. Dilma Pinheiro, secretária executiva da Semudh, destacou como Alagoas apresenta índices preocupantes de violência contra mulheres, especialmente entre as jovens, sublinhando a urgência e a relevância dessa parceria.
Com vistas ao futuro, o planejamento continuará, buscando integrar a discussão sobre violência de gênero ao longo do ano letivo, e não apenas em momentos pontuais. Graziela Santos, gestora de Políticas Educacionais do Instituto Serenas, aponta que a inclusão contínua dessa pauta nos currículos escolares é fundamental. A capacitação por meio de formação e a distribuição de materiais educativos são passos planejados para garantir que todas as mulheres e meninas tenham conhecimento pleno de seus direitos, livres para almejar um futuro sem as limitações impostas por estereótipos de gênero. A expectativa é que esta seja uma transformação duradoura, apoiada pela educação e pelo engajamento social contínuo.
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