A visita teve caráter educativo e preventivo, com o objetivo de orientar a população local sobre as medidas de prevenção contra a Febre Oropouche. Os técnicos de saúde realizaram um levantamento minucioso em diferentes áreas da Aldeia Canto e coletaram amostras do mosquito “Maruim”, que é o vetor da doença. O intuito é determinar se os casos registrados na aldeia tiveram origem local ou foram importados de outras regiões, conforme explicou Claricio Bugarim, assessor técnico do Núcleo de Vetores, Zoonoses e Fatores Ambientais da Sesau.
“O aumento no número de casos de Febre Oropouche em Alagoas, especialmente em Palmeira dos Índios, nos chamou a atenção. Detectamos 19 casos no estado, 13 somente em Palmeira dos Índios, dos quais oito na Aldeia Canto. Precisamos investigar se estas infecções são fruto de transmissão local ou se foram contraídas externamente, já que a doença está presente em vários estados do Nordeste”, destacou Bugarim.
Paulo Protásio, supervisor de endemias da Sesau, ressaltou a importância da parceria firmada com os técnicos municipais para a capacitação na identificação e prevenção dos focos do mosquito. “Além de orientar os moradores locais, nosso objetivo é apoiar as equipes técnicas, proporcionando treinamentos específicos sobre a Febre Oropouche”, explicou Protásio.
Entre as medidas de proteção apontadas durante a ação, Paulo Protásio enfatizou o uso de roupas que cubram o corpo todo, como camisas de mangas longas e calças compridas. Ele também destacou a importância do uso de repelentes, especialmente para gestantes, como forma de proteção individual.
Durante a intervenção em Palmeira dos Índios, a equipe da Sesau alinhou estratégias com as unidades de Atenção Básica em Saúde. Protásio salientou a importância de que as equipes de saúde estejam atentas aos sintomas da doença e coletam informações detalhadas dos pacientes, como endereço e etnia. “Isso é fundamental para estabelecermos um fluxo de atendimento adequado e identificar possíveis focos próximos aos pacientes”, afirmou.
A ação foi bem recebida pela comunidade, com Ianioam da Silva, uma jovem da aldeia, valorizando a iniciativa. “Meu marido esteve doente recentemente, e é essencial que a aldeia compreenda a Febre Oropouche para que possamos nos prevenir”, destacou, expressando o reconhecimento da importância da intervenção para a segurança e bem-estar da comunidade.
