Em uma análise mais detalhada, observa-se que os anos de 2020 e 2022 foram os que mais concentraram ocorrências em Águas Claras, totalizando 17 boletins registrados em cada um desses anos. Além disso, os dados de 2024 indicam uma tendência de que o número total de casos possa superar os anos anteriores, já que, somente entre janeiro e outubro deste ano, a região já alcançou a marca de 17 ocorrências.
O Plano Piloto aparece como a segunda região com mais brigas entre síndicos e vizinhos, acumulando 80 casos no mesmo período. Já Taguatinga ocupa o terceiro lugar, com 38 ocorrências, sendo menos da metade do registrado em Águas Claras e no Plano Piloto.
Enquanto isso, 10 regiões administrativas do DF apresentaram menos de 10 ocorrências nos últimos seis anos, incluindo Ceilândia, Sol Nascente/Pôr do Sol, Arniqueira, Lago Norte, Sobradinho, Núcleo Bandeirante, Lago Sul, Itapoã, Planaltina e Recanto das Emas.
A alta densidade populacional de Águas Claras, que concentra cerca de 14.074 pessoas por km², é apontada como um dos motivos para a escalada dos conflitos entre síndicos e moradores na região. O presidente da Associação dos Síndicos de Condomínios Comerciais e Residenciais do Distrito Federal (AssoSíndicos-DF), Emerson Tormann, acredita que a pressão por parte dos moradores, que muitas vezes demandam atribuições que não são do síndico, contribui para os conflitos.
Tormann ainda ressalta que as regiões mais problemáticas no relacionamento entre síndico e morador costumam ser aquelas de maior poder aquisitivo, onde os residentes tratam os síndicos como empregados, gerando mais embates. Por outro lado, áreas mais populosas, como Ceilândia, tendem a resolver esses casos sem registro de ocorrência.
Diante desse cenário, a AssoSíndicos-DF tem desenvolvido ações de conscientização e capacitação para melhorar o relacionamento e o bem-estar dos moradores e síndicos, visando reduzir os conflitos e promover um convívio harmonioso nos condomínios de Águas Claras e demais regiões do Distrito Federal.