AGU recorre ao STF para impedir que recursos do Bolsa Família sejam usados em apostas esportivas online, sem sucesso.

A Advocacia-Geral da União (AGU) está enfrentando um desafio complexo: impedir o uso dos recursos do Bolsa Família no pagamento de apostas esportivas on-line. Em um recurso apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o órgão afirmou que o governo está tendo dificuldades para tomar medidas eficazes nesse sentido.

O ministro Luiz Fux já havia determinado, em novembro, que o governo desenvolvesse meios para evitar que o dinheiro do programa social fosse desviado para atividades de risco, como as apostas virtuais. No entanto, a AGU argumenta, em um documento de oito páginas, que a tarefa não é tão simples quanto parece.

Segundo a AGU, as contas bancárias do Bolsa Família não são utilizadas exclusivamente para o benefício, recebendo dinheiro de outras fontes. O governo não tem a capacidade de monitorar minuciosamente os gastos de cada família para saber como o dinheiro é utilizado, e não pode repassar a lista de beneficiários às empresas de apostas. Mesmo se todas os cartões de débito fossem vetados, ainda existiriam formas de pagamento como PIX e cartões pré-pagos que poderiam utilizar recursos do Bolsa Família.

Um estudo do Banco Central revelou que os brasileiros gastaram em média cerca de R$ 20 bilhões por mês em apostas on-line nos meses anteriores à pesquisa. Em agosto, 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família realizaram transações via PIX para bancas de apostas, totalizando um valor de R$ 3 bilhões.

Diante desse cenário, o governo busca soluções para controlar o uso indevido dos recursos do Bolsa Família, porém as dificuldades surgem devido à complexidade do sistema financeiro e das diferentes formas de pagamento disponíveis. A batalha entre a proteção dos recursos sociais e a liberdade de gastos dos beneficiários continua, enquanto a AGU e o STF buscam encontrar uma solução eficaz para o problema.

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