Na última terça-feira, o presidente da CNA, João Martins, fez o anúncio dessa medida, expressando preocupação com o impacto que a decisão do Carrefour pode causar. Alexandre Bompard, CEO do grupo francês, recentemente declarou que a empresa suspenderia a compra de carne do Mercosul, afirmando que a medida é uma forma de apoio aos agricultores franceses que se opõem ao mencionado acordo comercial. Essa declaração gerou reações acaloradas no Brasil, um dos maiores produtores e exportadores de carne do mundo.
Carlos Horbach, consultor jurídico da CNA, afirmou que o movimento do Carrefour contou com respaldo do governo francês, citando declarações da ministra da Agricultura daquele país, que indicam apoio às preocupações levantadas pelos agricultores locais. Isso acende um alerta sobre o protecionismo característico da França, que se posiciona como um dos principais obstáculos na ratificação do acordo entre a UE e o Mercosul, cujas negociações têm se arrastado por décadas.
A medida do Carrefour é vista como uma tentativa de influenciar a política agrícola da UE, intensificando as divisões entre os dois blocos. Além disso, outras empresas brasileiras, como a JBS, já anunciaram a suspensão de fornecimento de carne para o Carrefour em resposta a essa postura, evidenciando a gravidade da crise que se desenha.
O caso reflete tensões mais amplas nas trocas comerciais e poderá afetar de maneira significativa as relações entre Brasil e França, especialmente considerando que o setor agropecuário desempenha um papel crucial na economia brasileira. A expectativa é que a CNA leve suas preocupações à Comissão Europeia, na busca por uma resolução que possa equilibrar os interesses comerciais dos dois países.