Após horas de protesto em frente ao Ministério da Agricultura, o ministro Luis Planas se reuniu com os manifestantes e anunciou uma série de medidas em resposta às demandas do setor. Uma das iniciativas propostas pelo ministro é a simplificação da aplicação da Política Agrícola Comum (PAC) europeia, que será proposta em um conselho de ministros da Agricultura da União Europeia no dia 26 de fevereiro. Além disso, Planas anunciou a criação de uma agência estatal de controle de alimentos para garantir a conformidade com a lei da cadeia alimentar, bem como o impulsionamento de cláusulas para evitar a concorrência desleal de produtos estrangeiros.
Apesar de considerarem a reunião positiva, os sindicatos agrícolas descartaram, por enquanto, um acordo definitivo e anunciaram que os protestos irão continuar. O presidente da Associação Agrária de Jovens Produtores (Asaja), Pedro Barato, afirmou que “vimos avanços importantes, mas as mobilizações continuam”.
A Espanha, conhecida como a “horta da Europa”, é a maior exportadora do continente de frutas e hortaliças, mas enfrenta dificuldades devido à seca que afeta o país há três anos. A situação no setor agrícola espanhol reflete um sentimento de insatisfação semelhante ao vivenciado por agricultores em outros países europeus, como França, Alemanha, Polônia, Romênia, Bélgica, Portugal e Itália.
Com as eleições para o Parlamento Europeu se aproximando em junho, a pressão sobre as políticas do atual mandato aumenta. Os agricultores, não apenas na Espanha, mas também em outros países, exigem preços mais justos para seus produtos, subsídios para o diesel agrícola e apoio financeiro para agricultores orgânicos. Além disso, há a mobilização contra acordos comerciais que são vistos como prejudiciais ao setor agrícola.
Portanto, a insatisfação no meio rural europeu permanece uma questão relevante à medida que os agricultores continuam a reivindicar mudanças e apoio às suas demandas.
