Agricultores de Dakota do Norte Sofrem com Tarifaço de Trump e Temem Impactos Duradouros na Venda de Soja para a China

Nos últimos meses, o Brasil não é o único país afetado pelos ajustes unilaterais nas tarifas comerciais promovidos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Embora essas medidas tenham como alvo várias nações exportadoras, um componente menos discutido é o impacto negativo que essas tarifas também podem ter sobre os agricultores americanos.

Recentemente, uma análise destacou o cenário preocupante enfrentado pelos agricultores do estado de Dakota do Norte, que são grandes produtores de soja. Esses empreendedores agrícolas estão lidando com a realidade de que seu principal comprador, a China, se afastou da soja do Meio-Oeste dos Estados Unidos. Essa mudança de postura deveria ser alarmante, visto que aproximadamente 50% da soja americana é destinada ao mercado chinês. No estado de Dakota do Norte, essa dependência é ainda mais acentuada, com cerca de 70% da produção do grão sendo exportada para o país asiático, movimentando as redes ferroviárias locais até os portos na costa do Pacífico.

Com a aproximação da época de colheita, a preocupação aumenta entre os agricultores que aguardam ansiosamente para que os Estados Unidos possam selar um acordo com a China. Recentemente, Trump anunciou uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, em um esforço para resolver as tensões comerciais. As palavras de Justin Sherlock, um agricultor da região, resumem bem a urgência do momento: “Sinto que estamos ficando sem tempo. Se não chegarmos a um acordo nas próximas semanas, acho que isso transformará o que esperamos que seja um problema de um ano em um problema de vários anos.”

Outro ponto que merece destaque é o papel do secretário do Tesouro, Scott Bessent, que está profundamente envolvido nas negociações comerciais com a China. Além de sua função pública, Bessent é proprietário de terras na Dakota do Norte, com plantações de milho e soja avaliadas em cerca de US$ 25 milhões, o que torna seus interesses particularmente alinhados com a busca de uma resolução para o impasse comercial.

Enquanto isso, a tensão se agrava, com agricultores e economistas aguardando ansiosamente os desdobramentos dessas negociações. O que se vislumbra é um cenário onde os efeitos colaterais das disputas comerciais podem reverberar muito além das fronteiras, afetando diretamente aqueles que dependem da agricultura para sua subsistência e para a economia local.

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