Agricultor em Gaza sacrifica cavalos para alimentar família e vizinhos em meio à fome crescente no território sitiado.



Em uma história emocionante e dramática vinda da Faixa de Gaza, o agricultor palestino de 60 anos, Abu Gibril, precisou sacrificar seus dois cavalos de tração para alimentar suas crianças. Localizado no grande campo de deslocados de Jabaliya, no norte da região, Gibril revelou à AFP que tomou essa difícil decisão em meio à devastação causada pela guerra que destruiu sua casa e seus campos em Beit Hanun.

A guerra não poupou nada de Abu Gibril. Com sua família obrigada a se mudar para Jabaliya, o agricultor montou uma tenda ao lado de uma escola anteriormente administrada pela ONU, onde milhares de deslocados se abrigaram. A situação da família é desesperadora, com a fome tornando-se o maior obstáculo à sobrevivência após os bombardeios cessarem.

A crise humanitária em Gaza atinge proporções alarmantes, com a ONU alertando que 2,2 milhões de pessoas correm o risco de morrer de fome, incluindo crianças gravemente desnutridas. A escassez de alimentos provocou uma suspensão na distribuição de ajuda humanitária pelo Programa Mundial de Alimentos devido à violência e caos que assola o território.

Em um gesto extremo, Abu Gibril cozinhou a carne dos cavalos sacrificados, distribuindo-a entre sua família e alguns vizinhos famintos. A falta de vegetais obrigou o agricultor a complementar a refeição com arroz. A comunidade de Jabaliya luta diariamente para encontrar alimentos, vasculhando os arredores em busca de qualquer coisa comestível, até mesmo recorrendo à mendicância.

A situação calamitosa levou dezenas de pessoas a se reunirem e pedirem ajuda à comunidade internacional para salvar os habitantes do norte de Gaza da fome. Enquanto os moradores enfrentam a desnutrição e a miséria, as crianças seguram cartazes clamando por socorro, demonstrando que, embora os bombardeios possam não tê-los matado, a fome está consumindo suas vidas de dentro para fora.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo