África em Processo de Rifteamento: Estudo Revela Formação de Duas Novas Massas de Terra em Milhões de Anos

O continente africano se encontra em meio a um processo geológico de divisão, que pode resultar na formação de duas grandes massas de terra distintas no futuro. Esta constatação emergiu de um extenso estudo realizado por cientistas da Universidade de Keele, no Reino Unido, e foi publicada na revista Journal of African Earth Sciences.

As primeiras evidências desse fenômeno geológico foram registradas no final da década de 1960, durante investigações na região de Afar, na Etiópia, uma área marcada por condições extremas e, atualmente, parte da Eritreia. Com a evolução das tecnologias de análise geológica, os pesquisadores puderam aprofundar-se na compreensão desse processo de separação continental.

A pesquisa envolveu a compilação de dados antigos e a aplicação de tecnologias modernas, levando os cientistas a descobrir novas informações sobre a estrutura da crosta magnética local. Essas descobertas são cruciais para entender como o continente africano está em um estado de mudança, se expandindo e se fragmentando no que é conhecido como rifteamento.

O exame dos dados magnéticos revelou um novo indício: o início de uma fenda que se forma entre a África e a Península Arábica, que, em períodos remotos, estavam interligadas. Este processo gradual de separação é estimado para ocorrer ao longo de um período que pode variar entre 5 e 10 milhões de anos, dando origem, assim, a duas massas continentais independentes.

De acordo com o professor Peter Styles, geólogo da Universidade de Keele, essa investigação oferece uma oportunidade ímpar para observar as transformações contínuas do planeta, muitas vezes invisíveis a olho nu. Este fenômeno geológico não apenas nos lembra da dinâmica da Terra, mas também tem importantes implicações para o futuro ambiental e demográfico da região, além de representar uma nova fase na história geológica da África. Esta separação não é apenas uma curiosidade científica, mas um processo que pode redefinir a geografia e a biodiversidade do continente nos milênios vindouros.

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