As autoridades americanas, sob a administração do ex-presidente Donald Trump, rotularam esses indivíduos como “criminosos perigosos” e “membros de uma gangue venezuelana”, mantendo-os em uma área específica da base chamada Campo 6, um espaço que historicamente abriga suspeitos de terrorismo. No entanto, os advogados que representam esses imigrantes argumentam que não há justificativa legal para manter essas pessoas em uma instalação destinada a prisioneiros de guerra ou terroristas, especialmente considerando a ausência de provas que sustentem as acusações feitas contra eles.
Em Guantánamo, a divisão entre detentos acusados de terrorismo e imigrantes é nebulosa, uma vez que o Departamento de Defesa gerencia as detenções de combatentes da Al-Qaeda, enquanto o Departamento de Imigração e Controle de Alfândega deveria supervisionar os imigrantes. Essa confusão de jurisdição resulta em um ciclo vicioso em que a falta de assistência jurídica e os direitos básicos dos detidos são severamente comprometidos. Os advogados relatam que os migrantes não têm acesso a comunicação privada com seus representantes legais e que são punidos se tentarem compartilhar relatos de maus-tratos que experimentam.
As condições de vida no campo de detenção são igualmente alarmantes. Segundo relatos de advogados de direitos humanos, os prisioneiros sofrem com condições desumanas, como o acúmulo de sujeira devido à falta de higiene e a ausência de ar condicionado em um ambiente tropical. Esses fatores contribuem para um cenário no qual os detentos são psicologicamente abafados, levando-os a condições de sofrimento extremo.
Historicamente, imigrantes ilegais já foram mantidos em Guantánamo por tentarem entrar nos Estados Unidos via marítima, podendo permanecer relegados a essa situação por um longo período. A falta de transparência e a violação dos direitos humanos dos imigrantes em Guantánamo suscitam questionamentos urgentes sobre as práticas de detenção nos Estados Unidos, alimentando um debate crítico sobre a justiça e a proteção dos direitos dos indivíduos, independentemente de sua situação migratória.
