Segundo informações, o advogado estava na unidade da Marinha para protocolar um documento de um cliente, quando se desentendeu com militares no local ao ter seu pedido de audiência com o comandante-geral negado. Diante da situação, Adriano decidiu iniciar uma transmissão ao vivo em sua conta do Instagram, o que resultou em sua detenção pelos militares presentes.
A legislação militar brasileira estabelece regras rígidas quanto à divulgação de informações e imagens de ambientes internos de instituições militares, como no caso do artigo 147 do Código Penal Militar, que prevê penalidades para aqueles que desrespeitarem tais normas. Nesse sentido, a prisão de Adriano Rocha se deu pela suposta desobediência a uma ordem legal militar.
Após passar por audiência de custódia, o advogado teve a liberdade provisória concedida pela Justiça Militar, que determinou que o caso seja acompanhado no âmbito do processo judicial. A Marinha, por sua vez, emitiu uma nota destacando que todos os procedimentos realizados durante a detenção de Rocha estavam respaldados pela lei, sem violações ou constrangimentos.
Diante do ocorrido, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro manifestou-se, através da Comissão de Prerrogativas, acompanhando o caso e impetrando um habeas corpus para garantir a liberdade do advogado detido. A presidente da OAB-RJ, Ana Tereza Basilio, ressaltou a importância de restabelecer a dignidade de Rocha e repudiou a ação que classificou como abuso de autoridade.
O episódio envolvendo a prisão de Adriano Rocha trouxe à tona questionamentos sobre os direitos e deveres dos profissionais que atuam em ambientes militares, bem como sobre os limites da atuação das Forças Armadas no Brasil. Ainda serão necessárias novas investigações e debates para esclarecer completamente o caso e suas consequências.