Investigações Revelam Envolvimento de Advogada em Escândalo de Descontos Irregulares no INSS
No centro de um escândalo que abalou a estrutura do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a advogada Cecília Rodrigues Mota agora é alvo de investigações por suposta participação em um esquema de descontos indevidos. Após revelações sobre a chamada “farra do INSS”, Cecília esteve presente em uma reunião na Diretoria de Benefícios do órgão, realizada em setembro de 2024, quando o setor era liderado por Vanderlei Barbosa dos Santos, um nome indicado pelo governo federal apenas meses antes.
Cecília é citada como uma das operadoras desse esquema, que, conforme as investigações, envolveu transações financeiras suspeitas entre associações e servidores do INSS. Os registros indicam sua entrada na sede do INSS em Brasília, onde participaria de um encontro com diversas partes interessadas, incluindo representantes de entidades associativas que agora estão sendo investigadas pela Polícia Federal.
O evento, que ocorreu em formato híbrido e se estendeu por duas horas e meia, teve como pauta principal a apresentação do Portal de Desconto de Mensalidade Associativa. Durante a reunião, questões sobre o funcionamento e a validade dos descontos foram levantadas, refletindo a complexidade das operações em questão.
Dentro do escopo da Operação Sem Desconto, que já resultou na suspensão de Vanderlei Barbosa dos Santos, surgiram detalhes preocupantes sobre a intermediação de valores entre entidades associativas e pessoas ligadas a servidores do INSS, a qual Cecília está supostamente conectada. Segundo documentos levantados, foram encontrados indícios de que o escritório da advogada recebeu quantias substanciais de associações investigadas e redistribuiu esses valores para empresas ligadas a familiares de servidores.
Um relatório indicou que as transações que envolveram Cecília somaram mais de R$ 14 milhões, evidenciando um montante atípico que despertou a atenção das autoridades. As investigações também revelaram um padrão de viagens frequentes à destinos internacionais luxuosos e um volume de recursos financeiros movimentados que contradiz a natureza de sua microempresa, levantando suspeitas adicionais sobre sua atuação profissional.
Apesar das revelações, a defesa de Cecília Rodrigues Mota optou por não se pronunciar publicamente, preferindo se manifestar em sede judicial. A situação continua a se desdobrar enquanto as autoridades investigam a extensão do esquema e suas implicações para o sistema de previdência social no Brasil.