Armita, que era natural de uma região curda, estava internada no Hospital Fajr, recebendo tratamento médico intensivo na unidade de cuidados especiais. A agência de notícias Borna, vinculada ao Ministério da Juventude e Esportes, foi a responsável por anunciar o falecimento da jovem.
As circunstâncias do incidente que levou Armita ao coma são controversas. De acordo com várias ONGs, a adolescente teria sido gravemente ferida em uma agressão por agentes da polícia da moralidade, responsável por fiscalizar o cumprimento das leis de uso de véu por mulheres no Irã. Imagens de vídeo mostram a jovem entrando em um trem do metrô sem o véu e sendo retirada por suas amigas momentos depois, já inconsciente.
Apesar das evidências apresentadas, as autoridades iranianas negam que tenha ocorrido qualquer altercação verbal ou física entre Armita e os passageiros ou funcionários do metrô. Segundo informações divulgadas pela agência Tasnim, fontes médicas afirmam que a jovem teria sofrido uma queda que resultou em uma lesão cerebral, seguida de convulsões, diminuição da oxigenação cerebral e edema cerebral.
Durante o período de internação de Armita, sua mãe, Shahin Ahmadi, foi presa pelas forças de segurança do país. A prisão ocorreu próximo ao hospital e Shahin foi levada para um local desconhecido. A mãe da jovem teria sido detida após protestar contra as restrições de visita ao hospital.
O caso de Armita Geravand acontece menos de um ano após a morte, também sob custódia policial, de Mahsa Amini. A jovem, de 22 anos e também de origem curda, foi detida pela polícia da moralidade por supostamente utilizar o véu de forma inadequada. A morte de Mahsa provocou um movimento de protesto generalizado no país, resultando em centenas de mortes, incluindo membros das forças de segurança, e na prisão de milhares de pessoas.
Infelizmente, a morte de Armita Geravand se torna mais um caso trágico e controverso em meio às tensões existentes no Irã em relação às leis de vestimenta. A comunidade internacional continua atenta à situação, que tem gerado grande comoção e indignação tanto dentro quanto fora do país. O destino das manifestações e das milhares de pessoas detidas ainda é incerto.