Adolescente com transtorno autista é abandonada pela família e vive há três meses em hospital de Luziânia, recebendo carinho de funcionários e apoio psiquiátrico.

Adolescente com Transtorno do Espectro Autista Vive em Hospital após Abandono Familiar

Em uma triste realidade que expõe as fragilidades do sistema de acolhimento, uma adolescente de 16 anos diagnosticada com transtorno do espectro autista (TEA) se encontra há três meses vivendo no Hospital Municipal do Jardim Ingá, em Luziânia, Goiás. A história de Isabela, nome fictício, reflete os desafios enfrentados por jovens em situações de vulnerabilidade, especialmente após a morte de sua avó, que era sua cuidadora primária. Após a fatalidade, a jovem foi rejeitada pela mãe e, posteriormente, encaminhada a uma unidade de acolhimento, onde permaneceu por um mês antes de ser transferida ao hospital.

Isabela, que apresenta um quadro severo de autismo, foi acolhida em um ambiente que, apesar de ser um hospital, se tornou sua única morada. Com cabelos castanho-escuros e uma estatura de aproximadamente 1,70m, a adolescente passeia pelos corredores sempre com um estilo peculiar, adornada com as roupas típicas de hospital, ao invés de trajes adolescentes convencionais.

A transferência para o Hospital Municipal foi necessária, uma vez que a estrutura do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) não era adequada para as necessidades da jovem. No hospital, ela encontrou um ambiente de acolhimento e carinho entre os funcionários, que a consideram como um “xodó”. Os servidores têm acompanhado de perto suas necessidades, entendendo seus gostos e reações, o que estabeleceu uma conexão emocional significativa. A equipe elogia sua simpatia, embora reconheça a barreira que a impede de se expressar adequadamente.

A diretoria do hospital, por sua vez, confirmou que Isabela não se encontra em condições de receber alta médica, já que continua sob tratamento psiquiátrico. O diretor da instituição afirmou que ela merece atenção especial e suporte, uma vez que sua situação é complexa e demanda acompanhamento contínuo.

Tanto a Secretaria Municipal de Saúde quanto o Ministério Público de Goiás (MPGO) estão monitorando a situação. A Secretaria anunciou que a jovem está sob cuidados de uma equipe multidisciplinar, enquanto o MPGO está ciente do tratamento psiquiátrico que a paciente vem recebendo.

A história de Isabela é um chamado à reflexão sobre o cuidado e a responsabilidade que a sociedade deve ter com seus jovens em situações de vulnerabilidade. No momento, nenhum familiar foi localizado para comentar sobre o triste abandono e a necessidade de se redefinir as políticas públicas que garantam uma família ou um ambiente adequado para quem, como ela, enfrenta desafios tão significativos. Afinal, o destino de Isabela, quando receber alta, ainda permanece incerto, deixando a comunidade e os profissionais de saúde preocupados com o futuro da adolescente.

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