Na última sexta-feira (18), a Polícia Civil de Alagoas anunciou o encerramento das investigações relacionadas ao jogo do tigrinho no estado. Um desfecho surpreendente resultou na confissão de cinco influenciadores digitais que promoviam os jogos de azar online clandestinos e que concordaram em restituir as vítimas com valores que já ultrapassam R$ 1 milhão. Esses valores foram depositados em contas judiciais e fazem parte de um fundo criado especialmente para essa finalidade.
Entre os influenciadores que firmaram acordo com a Justiça estão Ana Paula Ferreira da Silva e Ygor Yuri Ferreira de Oliveira, que chegaram a ser presos. O casal concordou em destinar R$ 423.750 para o fundo de compensação às vítimas e ainda se comprometeu a financiar a construção da sede da Delegacia de Estelionatos, crime que confessaram ter cometido.
Além do valor em dinheiro, Ana Paula e Ygor também deixaram um imóvel avaliado em R$ 1 milhão como garantia para os pagamentos. Esse imóvel, apesar de financiado, teve apenas R$ 180 mil efetivamente quitados, e o casal terá 90 dias para cumprir com o acordo e não perder o bem.
Outro aspecto curioso do acordo diz respeito aos veículos do casal. Eles deverão ceder dois carros, um Fiat Strada e um Toro, para o Estado de Alagoas. Em contrapartida, receberão um veículo Corvete de um terceiro envolvido no acordo. Posteriormente, os influenciadores repassarão os outros dois veículos para propriedade do Estado.
Um terreno avaliado em meio milhão de reais no Condomínio Residencial Vista Lagoa, em Marechal Deodoro, também foi dado como garantia no acordo. Além disso, o casal teve restituídos alguns veículos que estavam apreendidos durante as investigações.
O fundo de reparação às vítimas, composto não só pelos valores de Ana Paula e Yuri, mas também por contribuições de outros investigados, será utilizado para ressarcir todas as pessoas afetadas pelo esquema ilegal. As vítimas poderão se habilitar dentro do processo judicial e apresentar os comprovantes de prejuízos para receberem o dinheiro.
O delegado Lucimerio Campos, responsável pela investigação, explicou que o esquema ilegal envolvia a promoção de jogos por meio de plataformas digitais que simulavam apostas reais, mas tinham o propósito de captar apostadores de forma irregular, causando prejuízos financeiros e emocionais a diversas pessoas.
Com o desfecho dessas investigações e a restituição às vítimas em andamento, a justiça começa a ser feita e as consequências para quem cometeu esses crimes repercutem fortemente no cenário digital. Além disso, a mensagem de combate à ilegalidade e à exploração de jogos de azar de forma irregular é reforçada, conscientizando os influenciadores e a população sobre as consequências dessas práticas ilegais.