Recentemente, a Comissão Europeia apresentou novas propostas para agilizar a aprovação desse acordo, que se arrasta há mais de duas décadas. O projeto, que busca facilitar o acesso do Brasil a um mercado de mais de 700 milhões de consumidores, enfrenta resistência, especialmente de países como França e Itália. Esses países temem a abertura do setor agrícola, protegido por regulamentos que visam preservar a competitividade dos produtos locais.
Como parte das soluções, a proposta inclui salvaguardas para produtos sensíveis, além de um fundo de 6,3 bilhões de euros destinado a apoiar agricultores europeus que poderiam ser afetados pela concorrência brasileira. A Itália, em particular, condicionou sua aprovação a garantias adicionais que incluem um mecanismo de monitoramento de perturbações nos preços no setor agrícola, bem como controles mais rigorosos nos produtos importados.
Haddad acredita que a Europa tem motivos sólidos para avançar nas negociações, não apenas por razões econômicas, mas também por motivações geopolíticas. Ele argumenta que a cooperação mútua pode ser um sinal positivo em um cenário marcado por disputas comerciais crescentes.
Caso o acordo avance, ele ainda deverá ser aprovado pelo Parlamento Europeu e, em seguida, ratificado por todos os Estados-membros da UE e pelos cinco países do Mercosul: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. A expectativa do ministro é que, mesmo diante das dificuldades, a Europa adotará um caminho favorável à integração, reforçando os laços entre a América do Sul e o continente europeu.