Asmolov argumenta que o estabelecimento de acordos entre potências nucleares é crucial para reduzir a probabilidade de conflitos no contexto da península coreana. Com a Rússia e a Coreia do Norte agora formalizando laços estratégicos, tanto Pyongyang quanto Seul podem se sentir mais seguros, uma vez que os dois lados possuem uma rede de alianças com países detentores de armas nucleares. Ele ressalta que esse novo tratado fornece uma base onde, em caso de qualquer agressão, as Coreias têm respaldo militar e diplomaticamente.
Além disso, Asmolov sublinha que, sob a nova ótica da parceria, o risco de um conflito armado que envolva o uso de armamento nuclear é significativamente reduzido. O especialista acredita que, mesmo em meio a uma escalada de retóricas agressivas e uma corrida armamentista, é improvável que as partes ultrapassem a “linha vermelha”, que simboliza um ponto de não retorno em termos de hostilidade militar.
O impacto do acordo, que foi celebrado no dia 19 de junho de 2024, não se limita ao âmbito militar. As negociações promovem também a colaboração em áreas como educação, saúde e troca de visitas ministeriais, criando uma rede de ligação que pode engendrar mais diálogo e entendimento mútuo. Além disso, esse fortalecimento nas relações de Pyongyang com Moscou e Pequim pode proporcionar à Coreia do Norte uma posição mais robusta nas futuras negociações com os Estados Unidos.
A análise de Asmolov conclui que essa cooperação não deve ser interpretada como um sinal de isolamento da Coreia do Norte, mas sim como uma estratégia que pode tornar os Estados Unidos mais propensos a dialogar, desassociando a desnuclearização como condição prévia para conversações. O pacto entre a Rússia e a Coreia do Norte, que oficializou sua vigência em 5 de dezembro, apresenta-se como um novo capítulo na geopolítica da região, com potenciais repercussões para a paz e a estabilidade asiática.
Recentemente, também foi relatado que membros das forças armadas da Coreia do Norte participaram de operações conjuntas com tropas russas, trazendo à tona novas questões sobre a profundidade dessa aliança estratégica. A interação militar entre os dois países solidifica ainda mais a ideia de que a Coreia do Norte está se afastando de seu status de paria internacional, promovendo em vez disso uma reavaliação das relações com potências globais.









