As investigações revelaram que o delegado Carlos Henrique Pinheiro de Melo solicitou informações ao então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que, naquele momento, já havia sido afastado devido à operação Sem Desconto. Essa operação investigava a prática de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, questões que exigem uma rigorosa supervisão e transparência por parte da autarquia. A combinação desses fatores trouxe uma complexidade adicional ao caso, uma vez que a credibilidade das instituições e a proteção dos dados dos cidadãos estavam em jogo.
Embora o inquérito tenha sido arquivado pela Justiça, essa decisão veio após um parecer do Ministério Público Federal (MPF), que indicou a ausência de provas concretas sobre a autoria do acesso indevido. O MPF destacou que, apesar de existirem indícios em relação a um destinatário das transferências, o mesmo negou qualquer envolvimento nas irregularidades, sugerindo a possibilidade de ter sido alvo de ações feitas por terceiros. A natureza eletrônica da transferência, sem o registro do endereço IP de origem, complicou ainda mais a investigação e levantou questões sobre os protocolos de segurança da plataforma do INSS.
A situação não apenas ressalta falhas na segurança cibernética, mas também sublinha a necessidade urgente de uma revisão abrangente das medidas de proteção dos dados de beneficiários na previdência social, a fim de evitar que episódios semelhantes voltem a ocorrer e comprometam a confiança do público nas instituições responsáveis pela gestão de bens e direitos dos cidadãos. A partir deste incidente, espera-se que o INSS adote práticas mais rigorosas e eficazes para salvaguardar as informações de seus usuários, garantindo, assim, a integridade e a confiabilidade do sistema previdenciário brasileiro.