Segundo o relatório, as autoridades frequentemente mantêm os migrantes acorrentados por longos períodos em ônibus, sem acesso a comida, água ou banheiros. Além disso, muitos são confinados em celas extremamente frias, tendo que se deitar em superfícies de concreto. Uma detenta relatou que apenas um banheiro sujo estava disponível e que os policiais se negaram a permitir que o local fosse limpo.
A HRW também menciona incidentes específicos que revelam a gravidade da situação. Em um caso, um homem foi visto tentando se alimentar com as mãos algemadas atrás das costas, enquanto várias mulheres foram colocadas em celas destinadas apenas para procedimentos de admissão, enfrentando condições horríveis.
Diante desses relatos, a HRW pede que o ICE e os governos locais reconsiderem a detenção de migrantes, sugerindo que essa medida deve ser usada apenas em situações extremas. Além disso, a organização ressalta a necessidade de abolir o confinamento solitário e garantir que todos os detidos tenham acesso a cuidados médicos adequados. Um chamado à ação também foi feito para que os policiais recebam treinamento em direitos humanos e no atendimento a traumas.
Essas alegações vêm à tona em um cenário em que a imigração se tornou um tema central no debate político nos EUA, especialmente após a posse do presidente Donald Trump. Desde o início de sua gestão, ele prometeu fortes ações contra a imigração ilegal, resultando na detenção de mais de 100.000 imigrantes em seus primeiros seis meses no cargo.
O relatório da HRW destaca a tensão entre as políticas de imigração rígidas e os direitos humanos, questionando as implicações éticas do tratamento de migrantes nos centros de detenção americanos. À medida que o debate prossegue, as vozes que clamam por justiça e respeito aos direitos humanos tornam-se cada vez mais urgentes.