O estudo apontou que a intenção de não votar é maior entre eleitores pretos (42%), de escolaridade média (40%), moradores das regiões Centro-Oeste e Norte (40%), mais pobres (39%), e na faixa etária de 25 a 34 anos (39%). Por outro lado, 65% dos entrevistados afirmaram que, mesmo se o voto não fosse obrigatório, teriam exercido o direito da mesma forma.
Foi observado que os índices de intenção de votar mesmo sem obrigação são mais altos entre os mais ricos (82% dos que recebem mais de dez salários mínimos e 75% dos que recebem de cinco a dez), com curso superior (78%), moradores da região Sul (76%), eleitores de Jair Bolsonaro (71%), brancos (71%) e pessoas mais idosas (70%).
Entre os eleitores ausentes no último pleito, 18% justificaram a falta por estarem em outra cidade, 14% mencionaram desinteresse na eleição, 14% estavam longe dos locais de votação e 13% estavam viajando. Já entre os eleitores que compareceram, 14% decidiram o voto no próprio dia da eleição, evidenciando a influência de fatores de última hora na escolha do candidato.
A pesquisa Datafolha, realizada em 113 municípios de todo o Brasil, revelou ainda que a população brasileira possui um histórico de resistência à obrigatoriedade do voto, com 56% dos entrevistados se posicionando contra a medida em dezembro de 2020. Desde 1932, no governo de Getúlio Vargas, o voto é obrigatório no país, e a multa por ausência nas urnas é prevista no Código Eleitoral de 1965.
Pode-se perceber, portanto, que existe um debate contínuo sobre a obrigatoriedade do voto no Brasil e a necessidade de medidas para incentivar a participação dos eleitores nas eleições municipais, como forma de fortalecer a democracia no país.
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