Um exemplo disso foi observado em Rio Branco, capital do Acre, onde mais de 65 mil eleitores deixaram de votar, o que corresponde a cerca de 24% do eleitorado local. A diferença entre o primeiro colocado, Tião Bocalom (PL-AC), e o segundo colocado, Marcus Alexandre (MDB), foi de 39,7 mil votos. Em outras palavras, se uma parcela significativa desses eleitores tivesse comparecido, o resultado poderia ter sido completamente diferente.
No Rio de Janeiro, a abstenção também foi um fator relevante. A diferença entre o número de votos do primeiro colocado e do segundo colocado foi menor que o total de abstenções na cidade. Isso demonstra como a participação dos eleitores pode fazer a diferença em uma eleição.
O levantamento do Metrópoles aponta que muitos municípios em situação semelhante estão localizados em Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. No entanto, é importante destacar que o resultado final de algumas eleições ainda está em aberto, aguardando decisões judiciais.
Para o professor Rodrigo Horochovski, a alta abstenção nas eleições pode refletir o descrédito em relação ao sistema democrático, aliado às sanções brandas para quem deixa de votar. No entanto, ele ressalta que, mesmo em democracias consolidadas, a baixa participação dos eleitores não significa necessariamente uma ameaça à soberania popular.
Com mais de 120 milhões de brasileiros exercendo o direito ao voto no primeiro turno e uma abstenção de 29,26% no segundo turno, as eleições municipais de 2024 evidenciaram a importância da participação dos cidadãos no processo democrático. A decisão nas urnas pode ser determinante para o futuro de cada município e a representatividade dos eleitos.