A vida em estado primitivo: evite seu ocaso antes do seu pôr do sol

No mundo caótico em que vivemos, encontra-se uma preocupação constante e dolorosa: o tempo. Passamos por ele sem dó, sem olhar para trás, sem nos dar conta da quantidade de coisas que deixamos para trás, especialmente quando se trata de leituras.

A sensação de olhar para a própria biblioteca e perceber que não haverá tempo suficiente para explorar todas as obras ali presentes é angustiante. É como se estivéssemos condenados a deixar livros pelo caminho, incompletos, não lidos. A questão do tempo se torna ainda mais premente quando refletimos sobre a própria morte, um fim inevitável, mas muitas vezes negligenciado ou temido.

A ideia de deixar para trás livros não lidos se entrelaça com a reflexão sobre a morte. Afinal, para onde iremos depois que partirmos dessa existência? A incerteza paira sobre nós, mesmo para aqueles que creem em um “outro lugar”. A crença na vida após a morte pode trazer conforto, mas também angústia, pois nos confronta com a finitude da vida terrena.

Há aqueles que, mesmo estando vivos, parecem já ter perdido a vontade de viver. São como pessoas cujo sol se põe antes do ocaso, que se afastam dos prazeres da vida, dos sonhos e das ganas que movem os seres humanos. Immersos em tecnologia, excessos e vícios, essas pessoas perderam contato com sua essência mais selvagem, sua natureza biológica.

Na natureza, os animais seguem seus instintos, buscam a satisfação de suas necessidades básicas. Os seres humanos, por outro lado, desenvolveram estratégias mais complexas para seduzir e atrair uns aos outros. A busca pelo prazer, pela vida, pela leveza do existir encontra obstáculos muitas vezes criados por nossa própria sociedade.

Em um mundo marcado por reacionarismos, censuras e moralismos, é essencial lembrar-se de viver. Evitar que o pôr do sol chegue antes do ocaso, aproveitar cada instante, cada experiência, cada oportunidade de celebrar a vida em sua plenitude. Afinal, a natureza é sábia, mas somos nós, seres humanos, que devemos dar sentido e significado à nossa existência.

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