Esse tipo de torcedor, embora exiba um amor genuíno pelo clube, se destaca pelo seu barulho. Ele reclama incessantemente: se a equipe vence, busca falhas; em derrotas, pede a cabeça dos responsáveis; e em empates, clama por mais garra e dedicação. Essa pressão constante parece indicar que muitos não compreendem que a construção de um time sólido requer tempo e paciência, como se o futebol pudesse ser reduzido a um aplicativo disponível na palma da mão.
Ao reivindicar ser parte ativa do espetáculo, o torcedor TROMBONE muitas vezes se coloca em uma posição superior, esquecendo-se da essência do jogo e das pessoas que o compõem. A necessidade de afirmar “eu avisei” se torna algo solitário e, por fim, a incessante vaia apenas fere e não constrói. O amor pelo time pode se transformar rapidamente em uma cobrança desmedida, deixando de ser a energia que empurra o time para um ruído ensurdecedor.
O futebol, assim como a vida, exige críticas construtivas, mas também um ambiente de respiro e apoio. É essencial que a torcida seja aquela que incentive e não uma que agregue peso e pressão. É fundamental que as arquibancadas lembrem que o time é formado por seres humanos. Esses profissionais cometem erros, enfrentam cansaço e têm a capacidade de se recuperar.
Embora individualmente o som de um TROMBONE possa ser alto, sua melodia nem sempre é harmoniosa. Quando esse instrumento se junta a uma orquestra, o efeito se transforma. O estádio, então, ecoa como uma sinfonia, e cada gol marca um refrão emocionante, fazendo com que os torcedores se tornem verdadeiramente parte integrante do jogo. Ao final, o verdadeiro segredo do futebol pode não ser tão diferente do que se vê na vida: a busca incessante por menos vaidade e mais sintonia, menos barulho e mais harmonia.