A relatora do projeto, senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO), defendeu a preferência pela contratação das estatais, argumentando que isso contribuiria para a melhoria da qualidade dos serviços prestados. No entanto, os senadores Eduardo Girão (Novo-CE) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) discordaram da proposta, alegando que a competição entre as empresas estatais e privadas seria mais benéfica para o aprimoramento dos serviços.
Caso o projeto seja aprovado pelo Plenário do Senado, os órgãos públicos federais da administração direta e entidades da administração indireta serão obrigados a contratar os serviços postais exclusivamente com os Correios e os serviços de telecomunicações apenas com a Telebras. Isso significaria uma restrição à possibilidade de buscar opções mais vantajosas e competitivas no mercado.
Os Correios, empresa estatal responsável pelos serviços postais no Brasil, enfrentam atualmente uma situação delicada. Com uma dívida estimada em cerca de R$ 2,4 bilhões, a companhia passa por um processo de privatização, que tem gerado diversos debates e controvérsias. A decisão de garantir a preferência aos Correios na contratação de serviços pelos órgãos públicos poderia ser vista como uma tentativa de fortalecer a estatal e garantir a continuidade de suas operações.
Já a Telebras, estatal de telecomunicações, tem sua atuação principalmente focada no fornecimento de infraestrutura de telecomunicações para áreas remotas do país, através do programa Gesac. A decisão de direcionar os serviços de telecomunicações exclusivamente para a Telebras pode ter como objetivo incentivar o desenvolvimento dessas áreas menos favorecidas, garantindo assim a universalização do acesso às telecomunicações.
Com a aprovação do projeto de lei pela CCJ, a decisão final passa agora para o Plenário do Senado. Não há previsão de quando a proposta será votada, mas espera-se que os debates a respeito do assunto continuem acalorados, considerando os interesses e pontos de vista divergentes sobre o tema. Resta aguardar para saber qual será o futuro das contratações públicas de serviços postais e telecomunicações no país.