A oposição exige a prisão do general G. Dias, após seu depoimento na CPMI do 8 de janeiro.

Deputados e senadores de oposição assinaram um pedido de prisão preventiva do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Gonçalves Dias, após seu depoimento na CPMI do 8 de Janeiro, que durou cerca de sete horas. O pedido foi encaminhado à Procuradoria Geral da República e conta com as assinaturas de 25 parlamentares.

Entre as motivações para a prisão, o deputado Cabo Gilberto Silva citou a suposta falsificação de documentos enviados à CPMI. Segundo ele, o ex-ministro teria falsificado de forma dolosa um ofício enviado para a Casa, o que configura omissão imprópria, prevaricação, ação de ofício, interesse pessoal e obstrução de Justiça, de acordo com o artigo 129 da Constituição Federal.

Durante o depoimento, a oposição apresentou mensagens enviadas por Saulo Moura da Cunha, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, alertando o ex-ministro sobre a escalada da tensão em 8 de janeiro. A oposição também acusa Gonçalves Dias de encobrir responsabilidades do ministro da Justiça, Flávio Dino.

Por outro lado, o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues, afirmou que o depoimento do ex-chefe do GSI acabou com insinuações de envolvimento do governo Lula nas depredações aos prédios dos três poderes. Randolfe destacou o envolvimento apenas de militares indicados pelo general Augusto Heleno, antecessor de Gonçalves Dias e ligado ao ex-presidente Bolsonaro.

A oposição também criticou a atitude do ex-ministro após ter sido informado sobre possíveis atos de violência nas manifestações. Além disso, apontaram contradições no seu depoimento na CPMI do 8 de janeiro, considerando-o omisso.

Por sua vez, o deputado Delegado Ramagem ressaltou a responsabilidade do ex-ministro nos acontecimentos do dia 8 de janeiro. Segundo ele, Gonçalves Dias recebeu diversos alertas da Abin, que se mostraram verdadeiros, já que ocorreram o que foi previsto, como a chegada de diversos ônibus e manifestantes com intuito de invasão e de quebra de patrimônio público.

Durante sua fala, o general afirmou que exerceu ação de comando na segurança do Palácio do Planalto em meio ao que considerou um levante antidemocrático e um ataque inédito. Ele admitiu que, hoje, seria mais duro, mas ressaltou que buscou preservar a vida dos brasileiros sem derramamento de sangue.

É importante ressaltar que deputados da base aliada ao governo não veem indícios de omissão por parte do general. No entanto, o criticaram por manter na equipe do GSI membros do governo anterior. A deputada Jandira Feghali afirmou que a tentativa de acusar o general de forma dolosa não se concretizou, já que ele admite a possibilidade de falhas e pede que a sindicância apure.

A próxima reunião da CPMI do 8 de Janeiro está marcada para 12 de setembro.

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