A sessão de estreia da cópia restaurada contou com a presença da atriz protagonista, que interpretou Angela Carne e Osso. Ignez, hoje com 82 anos, ressaltou a rebeldia tanto de sua personagem quanto de sua própria trajetória. Segundo ela, a personagem era terrível, mas ao mesmo tempo moderna e inventiva.
O trabalho de restauração do filme, realizado por Débora Butruce, durou cerca de seis meses, de agosto de 2024 a fevereiro de 2025. Com o uso de uma cópia de 2010 e um cuidadoso processo de pesquisa e prospecção, foi possível recuperar a obra, garantindo imagem e som de qualidade.
Durante o filme, cada cena apresenta uma cor específica, totalizando aproximadamente 5 tonalidades distintas. A obra foi lançada em um contexto de ditadura militar no Brasil, o que tornou a interpretação da personagem rebelde de Ignez ainda mais marcante e provocativa.
No enredo, Angela Carne e Osso é uma mulher com a sexualidade aflorada, entediada com sua vida e casada com um ex-carrasco nazista. Ela passa o tempo colecionando amantes na Ilha dos Prazeres, onde conhece o playboy Vampiro e o jovem Armando.
Em 2015, “A Mulher de Todos” entrou para a lista da Associação Brasileira de Críticos de Cinema dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. A comédia de Sganzerla continua sendo uma referência na história do cinema nacional, combinando humor, erotismo e crítica social de forma única.