Esses exercícios navais aconteceram nas proximidades do porto iraniano de Chabahar e contaram com a participação de mais de 10 embarcações, além de grupos de operações especiais e unidades de mergulho. O porta-voz do Ministério da Defesa da China, Wu Quian, destacou que as manobras visam aprofundar a confiança militar entre os países envolvidos, enfatizando a intenção de Pequim de reforçar a cooperação em defesa com seus aliados.
A pronta resposta da Marinha chinesa a desafios externos reflete sua percepção de necessidade de garantir a segurança de suas rotas comerciais vitais e, ao mesmo tempo, dissuadir potenciais adversários na região. Atualmente, a Marinha da China apresenta uma superioridade numérica em relação à dos Estados Unidos em vários aspectos, especialmente em embarcações menores, como corvetas e fragatas.
Contudo, apesar deste avanço quantitativo, há desafios significativos que a China ainda precisa superar para alcançar uma paridade qualitativa. As Marinha dos EUA possui uma frota muito mais sofisticada, incluindo destróieres e porta-aviões de propulsão nuclear, que são essenciais para a projeção de poder no mar. Enquanto os Estados Unidos contam com 11 porta-aviões, a China atualmente opera apenas dois, com um terceiro em fase de testes.
Especialistas observam que, embora a China tenha conseguido estreitar a desvantagem numérica, a verdadeira prova de seu poderio naval dependerá de sua capacidade de sustentar operações prolongadas. A estratégia militar da China parece se concentrar em garantir a segurança local e projetar poder dentro de seu entorno, ao invés de operar em escala global, como faz a Marinha dos EUA. Isso levanta questões sobre como Pequim irá responder aos desafios militares em cenários de conflitos prolongados, dado que a disponibilidade e modernização contínua de sua frota podem ser cruciais para sua defesa e dissuasão.
Para isso, os esforços da China em inovação tecnológica e produção em larga escala em seus estaleiros são fundamentais. O país já detém uma parte significativa da produção naval mundial, o que lhe conferiria vantagem em uma situação de conflito prolongado. Isto é evidente no contexto atual da corrida armamentista naval, onde a quantidade de embarcações pode superar a qualidade, embora a capacidade de reposição eficiente seja vital. Assim, enquanto os Estados Unidos ainda mantêm uma vantagem qualitativa, a estratégia da China parece direcionar-se para garantir uma presença naval robusta e numa potencial corrida militar de longa duração.