A Marinha da China se prepara para conflito prolongado com os EUA, realizando exercícios navais conjuntos com Rússia e Irã, até 2030.



A Marinha da China está intensificando suas operações no cenário geopolítico atual, realizando exercícios navais em parceria com a Rússia e o Irã. Este movimento, que ocorre no marco das manobras chamadas Cinturão de Segurança 2025, tem como objetivo não apenas fortalecer laços militares entre essas nações, mas também testar as capacidades de uma Marinha chinesa que tem recebido investimentos significativos nos últimos anos.

Esses exercícios navais aconteceram nas proximidades do porto iraniano de Chabahar e contaram com a participação de mais de 10 embarcações, além de grupos de operações especiais e unidades de mergulho. O porta-voz do Ministério da Defesa da China, Wu Quian, destacou que as manobras visam aprofundar a confiança militar entre os países envolvidos, enfatizando a intenção de Pequim de reforçar a cooperação em defesa com seus aliados.

A pronta resposta da Marinha chinesa a desafios externos reflete sua percepção de necessidade de garantir a segurança de suas rotas comerciais vitais e, ao mesmo tempo, dissuadir potenciais adversários na região. Atualmente, a Marinha da China apresenta uma superioridade numérica em relação à dos Estados Unidos em vários aspectos, especialmente em embarcações menores, como corvetas e fragatas.

Contudo, apesar deste avanço quantitativo, há desafios significativos que a China ainda precisa superar para alcançar uma paridade qualitativa. As Marinha dos EUA possui uma frota muito mais sofisticada, incluindo destróieres e porta-aviões de propulsão nuclear, que são essenciais para a projeção de poder no mar. Enquanto os Estados Unidos contam com 11 porta-aviões, a China atualmente opera apenas dois, com um terceiro em fase de testes.

Especialistas observam que, embora a China tenha conseguido estreitar a desvantagem numérica, a verdadeira prova de seu poderio naval dependerá de sua capacidade de sustentar operações prolongadas. A estratégia militar da China parece se concentrar em garantir a segurança local e projetar poder dentro de seu entorno, ao invés de operar em escala global, como faz a Marinha dos EUA. Isso levanta questões sobre como Pequim irá responder aos desafios militares em cenários de conflitos prolongados, dado que a disponibilidade e modernização contínua de sua frota podem ser cruciais para sua defesa e dissuasão.

Para isso, os esforços da China em inovação tecnológica e produção em larga escala em seus estaleiros são fundamentais. O país já detém uma parte significativa da produção naval mundial, o que lhe conferiria vantagem em uma situação de conflito prolongado. Isto é evidente no contexto atual da corrida armamentista naval, onde a quantidade de embarcações pode superar a qualidade, embora a capacidade de reposição eficiente seja vital. Assim, enquanto os Estados Unidos ainda mantêm uma vantagem qualitativa, a estratégia da China parece direcionar-se para garantir uma presença naval robusta e numa potencial corrida militar de longa duração.

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