A economia da floresta em pé é um modelo sustentável que promove a conservação ambiental e a geração de renda.

Projeto Fitoterápicos promove desenvolvimento sustentável na região amazônica

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, está implementando o Projeto Fitoterápicos na região amazônica, com o objetivo de ampliar a oferta de produtos feitos com plantas medicinais e proteger uma área de 5 milhões de hectares. A perspectiva é gerar um faturamento de 2 milhões de reais por ano para as associações que trabalham com plantas nativas brasileiras.

No passado, a população da região amazônica utilizava plantas medicinais de forma tradicional, mas com o fechamento do garimpo ilegal em 2009, muitos moradores perderam sua renda. Foi então que surgiu a ideia de usar o conhecimento ancestral em plantas medicinais de forma sustentável, produzindo produtos como sabonetes, unguentos e repelentes.

Ao longo dos anos, algumas organizações foram criadas e receberam apoio financeiro e técnico para produzir e vender esses produtos. Um exemplo é a Associação das Mulheres Extrativistas Sementes do Araguari, localizada em Porto Grande, que atualmente conta com a participação de 41 mulheres e seis homens. Elas produzem sabonetes de andiroba, copaíba, fava e breu branco, unguentos de gergelim e andiroba, e velas de andiroba. Esses produtos são vendidos em Macapá, São Paulo e Belo Horizonte, e são utilizados para cuidar da pele, aliviar dores musculares e repelir insetos.

Essas organizações agora fazem parte do Projeto Fitoterápicos, que irá fornecer um subsídio de US$50 mil para cada uma delas. Com esse apoio, elas pretendem expandir a produção e diversificar a oferta de produtos, incluindo o creme de andiroba e outros produtos derivados de plantas medicinais nativas.

Além de promover o desenvolvimento econômico dessas comunidades, o Projeto Fitoterápicos também contribui para a proteção do meio ambiente. Segundo Adeilson Lopes, coordenador do Programa Negócios Florestais Sustentáveis da SOS Amazônia, cada uma das organizações participantes possui algum tipo de governança sobre uma área de 5 milhões de hectares, o que contribui para a regeneração e manutenção das paisagens florestais da região.

A utilização sustentável das plantas medicinais também combate a pobreza, promove a valorização das mulheres e dos jovens, e contribui para a luta contra o desmatamento e as mudanças climáticas globais.

O projeto beneficiará também outras organizações localizadas nos biomas caatinga, cerrado e mata atlântica, fortalecendo o setor de plantas medicinais e fitoterápicos em todo o país. Cada uma das quatro organizações do bioma amazônico receberá o subsídio de US$50 mil, além de assistência técnica para aprimorar suas atividades.

Sair da versão mobile