O distanciamento entre a classe política e o cidadão comum se torna ainda mais evidente ao observar como os eleitores são frequentemente tratados como meros degraus em uma escada que leva ao poder. Essa metáfora não é apenas figurativa; reflete a sensação de desprezo que muitos sentem quando veem seus representantes agindo como se fossem superiores, esquecendo-se, assim, de suas origens e das promessas feitas em campanha.
A vaidade é um motor potente que impulsiona esses políticos. O desejo de reconhecimento e o prazer em ser chamado de “excelência” alimentam uma visão distorcida de grandeza para aqueles que ocupam cargos públicos. Este sentimento de superioridade, por sua vez, leva a uma dinâmica onde o prestígio é às vezes adquirido por meio de práticas corruptas. Em momentos de escassez de popularidade, encontramos políticos que não hesitam em apelar para medidas nem sempre éticas, optando por comprar apoio em vez de conquistá-lo com honestidade.
As campanhas eleitorais frequentemente transformam o voto em uma mercadoria, onde a democracia se torna um bem negociável. O triste cenário revela filas de cidadãos nas portas de gabinetes, implorando por favores que deveriam ser direitos básicos. Essa relação, que deveria ser de respeito e dignidade, muitas vezes se assemelha a um alinhamento cúmplice, onde favores são concedidos como se fossem esmolas. No fim das contas, o que se vê é uma distribuição de migalhas de um banquete que deveria ser compartilhado com todos, resultando em um ciclo vicioso de dependência e desilusão. A lição a ser aprendida é que a verdadeira política deve ser baseada em serviço e respeito mútuo, não em troca de favores e arrogância.









