A CPMI do 8 de Janeiro ouviu o fotógrafo da Reuters em audiência nesta terça-feira.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro se reúne hoje para ouvir o fotógrafo da agência Reuters, Adriano Machado, que está sendo acusado de conivência com os vândalos que atacaram as sedes dos três Poderes ao registrar a invasão.

A solicitação para o depoimento do fotógrafo partiu dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Delegado Ramagem (PL-RJ), Marco Feliciano (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e dos senadores Izalci Lucas (PSDB-DF), Marcos do Val (Podemos-ES), Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES).

Segundo Eduardo Bolsonaro, em imagens captadas pelo sistema de câmeras do Palácio do Planalto, Adriano Machado aparece atrás de um grupo de pessoas que arromba uma porta de vidro na antessala do gabinete da Presidência da República. A denúncia é de que o fotógrafo teria informado aos vândalos que a violação seria gravada, e após o ato, os dois comemoraram.

A atitude do fotógrafo, segundo Nikolas Ferreira, é no mínimo peculiar. Já o senador Girão afirma que as imagens mostram a familiaridade do fotógrafo com as pessoas presentes, além de estar protegido pelos que o acompanhavam.

A reunião da CPMI será realizada no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.

A CPMI já ouviu diversos depoimentos desde a sua criação. Em junho, o ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar (DOP) do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime, afirmou que a Abin havia alertado sobre o risco de ataques, mas o núcleo de inteligência do DOP não teve acesso a esses alertas.

Também foram ouvidos o empresário George Washington Sousa, preso por um atentado em Brasília, o diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF, Leonardo de Castro, e peritos da Polícia Civil do DF.

Além disso, o coronel Jean Lawand Júnior teve que explicar mensagens trocadas com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mauro Cid, no entanto, não respondeu às perguntas dos parlamentares.

A CPMI também ouviu o ex-diretor da Abin Saulo da Cunha, que afirmou que foram enviados 33 alertas de inteligência sobre os manifestantes contrários ao novo governo.

O ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, também já foi ouvido pela comissão. Ele teve que explicar a chamada ‘minuta do golpe’, encontrada pela Polícia Federal em sua casa.

No entanto, o depoimento de Anderson Torres não convenceu a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama. Segundo ela, o documento não estava jogado na casa, mas muito bem guardado.

A invasão às sedes dos três Poderes ocorreu uma semana após a posse do presidente Lula, e centenas de pessoas foram presas. O presidente da Câmara, Arthur Lira, repudiou o vandalismo e os presidentes dos três Poderes divulgaram uma nota em defesa da democracia brasileira.

Em abril, o Congresso criou a CPMI para investigar os atos de ação e omissão ocorridos no dia 8 de janeiro. O colegiado é composto por 16 senadores e 16 deputados, sendo presidido pelo deputado Arthur Oliveira Maia e tendo como relatora a senadora Eliziane Gama.

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