A Argentina firma acordo com companhias de petróleo para manter preços dos combustíveis inalterados até as eleições.



Após a desvalorização da moeda e o aumento antecipado de 12,5% nos preços dos combustíveis por diversas empresas do setor na segunda-feira, foi alcançado um acordo entre o governo e as empresas petrolíferas para que os preços permaneçam inalterados até as eleições de outubro. No entanto, a YPF, líder de mercado, anunciou que aumentará os preços na mesma porcentagem ainda hoje.

O salto na taxa de câmbio oficial, validado pelo governo na segunda-feira, já começou a ser repassado aos preços dos combustíveis. Apesar de, geralmente, as empresas aguardarem a decisão da YPF para realizar ajustes nos preços, desta vez várias delas decidiram agir por conta própria. Shell, Axion e Puma Energy aplicaram um reajuste de 12,5% na gasolina e no diesel.

O acordo foi fechado em uma reunião entre o ministro da Economia, Sergio Massa, secretários e representantes das empresas do setor. O Ministério da Economia ressaltou que, caso as empresas descumpram o acordo, benefícios fiscais poderão ser retirados e um sistema de reclamações será ativado na Secretaria de Energia para tratar de possíveis aumentos abusivos.

Durante o anúncio do acordo, o Ministro da Economia, Sergio Massa, destacou que “o aumento de 12,5% em todos os postos será o último até 31 de outubro” e agradeceu às empresas pelo compromisso assumido. O impacto do aumento será dividido entre consumidores, empresas e Estado, que abrirá mão de parte dos recursos arrecadados em impostos sobre combustíveis.

É importante ressaltar que o setor de combustíveis na Argentina não é regulamentado, entretanto, os preços são baseados na YPF, que detém 55% de participação no mercado de gasolina e diesel. Nesta ocasião, as empresas decidiram não esperar pelas negociações com o governo e tomaram suas próprias decisões.

Ao longo do ano, os preços da gasolina e do diesel aumentaram, em média, 63%, acompanhando a inflação acumulada até julho. No entanto, nesse mesmo período, a diferença entre o preço local do barril de petróleo (cerca de US$ 63) e o preço internacional do Brent (US$ 84) aumentou.

Portanto, o acordo estabelecido entre o governo e as empresas petrolíferas busca garantir a estabilidade dos preços dos combustíveis até as eleições de outubro. É uma medida que visa controlar os impactos da desvalorização da moeda e evitar pressões inflacionárias.

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