Os relatos descrevem espancamentos, ofensas e tortura psicológica, inclusive com o uso de escorpiões, comprovando a gravidade das ações cometidas pelos militares. Além disso, a motivação por trás dos crimes estaria relacionada com a orientação sexual da vítima, de acordo com as informações obtidas. Os casos de tortura e perseguição foram levados à Organização dos Estados Americanos (OEA) após o processo no STM ser finalizado, em todos os graus de recursos.
Apesar da gravidade das denúncias, os novos dados obtidos via Lei de Acesso à Informação revelam que a violência foi cometida há 17 anos e acabou sendo arquivada na época, impossibilitando o seu julgamento pelo STM. Entre os militares condenados, 63 são do Exército Brasileiro, 6 da Força Aérea e 6 da Marinha do Brasil. As condenações foram divididas em violência contra inferior, contra superior, contra militar de serviço e em organização de grupo para a prática de violência.
O Metrópoles buscou informações junto às três forças, questionando como as instituições evitam a tortura e a violência, bem como garantem a segurança dos integrantes em casos de violência cometida por pares e superiores. Até o momento, nenhuma das instituições se pronunciou sobre o assunto.
O advogado Fernando Figueiredo, ex-sargento do Exército Brasileiro e vítima de tortura, revisou o material do inquérito e encontrou vídeos com as alegações de tortura, que não haviam sido informados à vítima. Após entrar com um mandado de segurança na Justiça, as investigações foram impedidas de serem arquivadas, revelando a gravidade dos crimes cometidos dentro das instituições militares.
Diante de tantos casos de violência e tortura, é fundamental que as Forças Armadas adotem medidas efetivas para coibir tais práticas e garantir a segurança e integridade dos militares. A sociedade espera por respostas e ações concretas para evitar que casos como esses se repitam no futuro.