A curadoria ficou a cargo da produtora chilena Caroline Pavez Torrealba, de raízes mapuches, que é também fundadora da Karukinka Films e curadora do Festival Internacional de Cine Polo Sur Latinoamericano. Com uma abordagem que busca conectar as narrativas do sul global, Caroline utilizou o cinema como uma ferramenta para preservar a memória e fomentar a resistência cultural.
Entre os curtas exibidos, destacou-se “Sim, o Rio So”, que traz a narrativa de Isleña Antumalen, uma jovem cantora mapuche que utiliza a música como forma de resistência em defesa das águas do Lago Ranco, no Chile. Outro filme importante foi “Água Para a Vida – A Luta do Ayllu San Agustin de Puñaca”, dirigido por Fernando Cola, que aborda os impactos da mineração na saúde e nos recursos hídricos das comunidades indígenas na Bolívia.
Além disso, “Arbuelo” do mexicano Mel Izanami, explora a reconexão entre gerações através de uma metáfora ecológica. “Contos de futebol, Amor e Covid” (Chile), de Felipe Arredondo, retrata a infância e a coletividade durante a pandemia, enquanto “Todos comem pão”, de Constanza Gaymer e outros, enfoca as memórias da ditadura militar chilena pela perspectiva de uma menina.
O curador argentino Eloy González, que estava presente na sessão, ressaltou a força do cinema como um meio de conscientização em toda a América Latina. “Nos unimos diante de ciclos de opressão provocados por interesses econômicos que priorizam o lucro em detrimento da vida”, afirmou.
A participação de estudantes, como os da Escola Estadual Teotônio Ribeiro, foi muito significativa. Segundo a coordenadora Maria Gorete, a mostra aproximou os alunos de realidades que, embora distantes, afetam o seu cotidiano. “Discutir a crise hídrica do Chile é extremamente pertinente aqui, onde o Rio São Francisco também enfrenta desafios críticos. Precisamos valorizar nossos recursos hídricos antes que seja tarde demais”, alertou.
A 15ª edição do Circuito Penedo de Cinema, que se estende até o dia 16 de novembro, é promovida pela Universidade Federal de Alagoas, em parceria com o Governo do Estado de Alagoas e outras instituições. As redes sociais do evento também são uma forma de se manter atualizado sobre as atividades e discussões que permeiam o festival.









