Durante uma transmissão ao vivo, a jornalista Juliane Massaoka foi abordada por um homem em uma bicicleta que tentou roubar seu celular. Após o incidente, o deputado e pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL-SP) declarou, em um post no X (antigo Twitter), que “São Paulo está abandonada”.
Líder nas pesquisas de intenção de voto, Boulos foi acompanhado por outros candidatos, que aproveitaram o caso para criticar a gestão municipal. Nas redes sociais, a deputada Tabata Amaral (PSB) afirmou que “a falta de políticas públicas efetivas de segurança pública se reflete no medo que tem sido o sentimento de todo cidadão ao sair nas ruas de São Paulo”.
Já o deputado Kim Kataguiri (União Brasil) classificou como absurda a condição em que o centro de São Paulo se encontra, afirmando que “visando esses bandidos canalhas (sic) eu criei um pacote de tolerância zero com o crime. O pacote inclui desde redução da maioridade penal para 16 anos até internação compulsória para viciados em crack”.
A administração Nunes afirmou que “questionamentos a respeito das políticas de segurança pública devem ser encaminhados à Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo”, enquanto a SSP não respondeu ao contato do jornal Estadão.
Segundo a Constituição, a responsabilidade pela segurança pública é do Estado, cabendo às polícias militares, subordinadas aos governadores, a preservação da ordem pública e a execução do policiamento ostensivo para prevenir crimes. O texto ainda prevê que os municípios têm a possibilidade de instituir guardas municipais voltadas para a proteção de seus patrimônios, serviços e instalações.
No caso de São Paulo, o prefeito Jânio Quadros criou a Guarda Civil Metropolitana (GCM) em 1986. Além de sua função como guarda patrimonial, a Lei nº 10.115/1986 estabelece que a GCM deve contribuir para a segurança pública. Com isso, a questão da segurança em São Paulo se torna tema de debate entre os pré-candidatos à prefeitura, acentuando a polarização política antes das eleições.