INTERNACIONAL – Brics reafirma apoio à solução de dois Estados para Palestina e Israel, enquanto Irã propõe referendo de Estado único em meio ao conflito em Gaza.



A 17ª Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, reafirmou seu apoio à solução de dois Estados para o conflito entre palestinos e israelenses, que já dura mais de setenta anos. A declaração final do encontro destaca a importância da criação de um Estado palestino viável e soberano nas fronteiras internacionalmente reconhecidas de 1967, um tema que continua sendo central nas discussões sobre a paz na região. Desde que Israel assumiu o controle da Faixa de Gaza e da Cisjordânia naquele ano, a questão da soberania palestina tem gerado intensos debates e tensões.

O texto oficial da cúpula também expressa preocupação com a situação atual nos territórios ocupados, enfatizando a necessidade da retirada total das forças israelenses dessas áreas. O Brics condenou os ataques contínuos de Israel sobre Gaza e a obstrução da ajuda humanitária, apelando a todas as partes envolvidas que se unam em conversações de boa-fé para um cessar-fogo imediato e a liberação dos reféns palestinos detidos.

Por outro lado, a posição do Irã, um membro do Brics, diverge da proposta de dois Estados. O chanceler iraniano descreveu essa solução como “irreal” e fez um apelo por um referendo que envolva todos os habitantes históricos da Palestina, independentemente de sua crença religiosa. Essa abordagem, segundo ele, se equipara à luta contra o apartheid sul-africano, onde a democracia e o referendo foram os meios de trazer mudanças significativas, ao invés da simples divisão territorial.

Além das discussões sobre a solução de dois Estados, a cúpula manifestou firme oposição ao deslocamento forçado da população palestina e a qualquer alteração demográfica na região. Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se dirigiu aos Estados Unidos para tratar sobre o futuro da guerra em Gaza, onde a proposta de emigração forçada de palestinos tem sido amplamente debatida.

A situação nos territórios ocupados se agrava, com um aumento no deslocamento forçado de palestinos, especialmente na Cisjordânia, onde até 40 mil pessoas teriam sido expelidas de suas casas nos últimos meses, o que configura a maior operação militar na região em duas décadas. O Brics destacou a indissociabilidade da Faixa de Gaza do território palestino e a necessidade de unificação sob a Autoridade Palestina.

Este conflito, que tem raízes profundas na história da Palestina, remonta a 1947, quando uma resolução da ONU propôs a divisão da Palestina histórica em dois Estados, proposta que nunca foi implementada e que levou à criação do Estado de Israel. As tensões que se desencadearam desde então resultaram na expulsão massiva de palestinos e na contínua luta pela autodeterminação e reconhecimento de seus direitos.

Em meio a essa realidade, a comunidade internacional continua a olhar para soluções que possam trazer paz duradoura ao Oriente Médio, mas os desafios permanecem imensos.

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