DIREITOS HUMANOS – Perfil de rede social prioriza visibilidade das mulheres negras no serviço público e serve de inspiração para outras pretas.

Mulheres negras que tiveram uma carreira de destaque no serviço público estão sendo homenageadas em um perfil de rede social. O objetivo é combater a invisibilidade dessas personalidades e servir de inspiração para outras mulheres negras que desejam seguir o mesmo caminho. O Coletivo de Mulheres Negras Servidoras e Empregadas Públicas do Governo Federal criou a página @servidorasnegras no Instagram e está publicando uma minibiografia de cinco servidoras em cada uma das cinco semanas deste mês da Consciência Negra.

A primeira mulher homenageada é Yvonne Lara da Costa, mais conhecida como Dona Ivone Lara. Ela era servidora do Ministério da Saúde e teve uma carreira de destaque na reforma psiquiátrica no Brasil. Dona Ivone era enfermeira e assistente social, e durante seus 37 anos de atuação no serviço público, ela foi pioneira ao introduzir a música como parte do tratamento para pacientes psiquiátricos. Sua parceria com Nise da Silveira, responsável por revolucionar o tratamento psiquiátrico no país, foi fundamental para a reforma psiquiátrica no Brasil.

Outra homenageada foi Mônica de Menezes Campos, a primeira mulher preta a ingressar no Instituto Rio Branco, órgão do governo para formação de diplomatas. Ela se tornou a primeira diplomata negra do Brasil e sua admissão à carreira diplomática foi um marco. No entanto, Mônica faleceu aos 27 anos de idade, vítima de um aneurisma cerebral.

Enedina Alves Marques foi a primeira engenheira negra do Brasil e enfrentou diversos desafios por ser mulher, negra e pobre em um curso reservado aos homens brancos e ricos. Ela foi responsável pela construção da Usina Capivari-Cachoeira, inaugurada em 1971 no litoral do Paraná, e foi uma inspiração para mulheres negras que buscam espaço nas áreas de ciência e tecnologia.

Maria Odília Teixeira foi a primeira negra formada em medicina no Brasil, em 1909. Ela trabalhou para desmistificar teorias embasadas no racismo científico e se tornou a primeira professora negra da Faculdade de Medicina da Bahia, onde se formou. Além disso, a publicação destacou a pioneira na medicina Lydia Garcia, primeira professora de música da rede pública do Distrito Federal. Ela é reconhecida por sua atuação no ensino musical e pelo ativismo em prol do movimento negro.

A iniciativa do coletivo de servidoras negras visa proporcionar reflexão sobre a carreira e reconhecer e valorizar o legado dessas mulheres. Além de combater a invisibilidade de servidoras públicas pretas, a iniciativa busca inspirar outras mulheres negras a almejar destaque no serviço público. A representatividade no serviço público federal é uma questão importante, já que pessoas negras, apesar de serem maioria da população brasileira, compõem apenas 35% dos servidores, e recebem menores salários.

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