Gil também destacou a questão dos tratamentos caros desenvolvidos pela indústria farmacêutica, que muitas vezes proporcionam apenas poucos meses adicionais de vida aos pacientes, comprometendo assim o orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, o diretor ressaltou a importância de investir nas fases iniciais da doença, visando não apenas a cura, mas também a redução de tratamentos excessivos e dispendiosos.
Um dos destaques do debate foi o projeto de lei apresentado pelo deputado Weliton Prado (Solidariedade-MG), que propõe destinar 4% das verbas da saúde para a oncologia a nível federal, 3% a nível estadual e 2% a nível municipal em municípios com mais de 200 mil habitantes. Prado argumenta que esse aumento de investimento poderia elevar os recursos destinados ao combate do câncer de cerca de R$4 bilhões para mais de R$13 bilhões, representando um crescimento de quase 200%.
Além disso, durante o debate, a presidente da Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília, Joana Jeker dos Anjos, sugeriu a criação de centros especializados em diagnóstico do câncer como forma de agilizar o processo de identificação e tratamento da doença. A proposta visa reduzir o tempo gasto no diagnóstico para 30 dias e no início do tratamento para 60 dias, conforme previsto pela Lei 13.896/19.
Diante desse cenário, o debate na Câmara dos Deputados evidenciou a importância do investimento em diagnóstico precoce, tratamentos eficazes e uma política de saúde voltada para o enfrentamento do câncer, visando a melhoria dos índices de cura e qualidade de vida dos pacientes oncológicos.